A obesidade infantil normalmente está relacionada a hábitos alimentares incorretos. Entretanto, o costume adquirido pelas crianças de se alimentar em excesso pode estar relacionado a fatores psicológicos, como estresse, ansiedade, angústia e depressão. A tentativa de compensar frustrações com o prazer de comer é comum em todas as faixas etárias. Como essa sensação dura um período curto e a criança não têm noção de limite totalmente estabelecida, é provável que comece a ingerir um alimento logo após o outro para se distrair de sentimentos ruins. “Esse quadro pode ser resultado de falta de afeto dos pais ou outros familiares, algum tipo rejeição dos colegas da escola ou o fato da criança não se sentir emocionalmente preparada para lidar com o que lhe exigem”, afirma Silvana Martani, psicóloga da equipe de endocrinologia da Beneficência Portuguesa de São Paulo.
A mudança de cultura dos brasileiros está diretamente relacionada à obesidade infantil. Hoje, muitas crianças têm uma programação semanal cheia de atividades e pouco tempo de intervalo entre cada uma delas. A psicóloga lembra que vários jovens saem da escola e vão direto para o curso de inglês, de lá vão para o judô e assim por diante. “É possível que a criança se sinta pressionada por essa rotina atribulada”, afirma Silvana. A rotina oposta também é nociva. Quando a criança passa a maior parte do seu dia em frente à televisão ou computador e não desempenha atividades físicas, como um passeio de bicicleta ou caminhada. Além do sedentarismo, ela pode ser tomada por um sentimento de solidão, já que não tem contato com colegas da mesma idade.
Para tratar este mal, os pais devem procurar um endocrinologista para verificar se existem aspectos físicos que justifiquem o desenvolvimento da doença. Caso estes aspectos sejam descartados ou haja dificuldade na diminuição de peso após o controle hormonal, é importante buscar o acompanhamento de um psicólogo, já que existem causas emocionais ligados a este quadro clínico. “No tratamento, serão dadas orientações à criança e aos pais”, esclarece a especialista da Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Fonte: www.bpsp.org.br.
(Por Monique dos Anjos)
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