por Luiz Fujita
Foi o radialista Rebelo Júnior, que começou a tradição ainda na década de 1930. O narrador trabalhava na Rádio Difusora Paulistana e, por prolongar o grito de gol, ficou conhecido como "o homem do gol inconfundível". Ele começou com isso para chamar a atenção dos ouvintes que estivessem distantes ou meio desligados do jogo. Antes dele, o grito era curto e grosso. Nicolau Tuma, que narrou a primeira partida transmitida ao vivo no Brasil - São Paulo 6 x 4 Paraná, em 1931 -, dizia somente "gol" e já começava a detalhar o tento. "Ele era conhecido como speaker-metralhadora, porque falava de 200 a 300 palavras por minuto, e dizia que tinha medo de que os ouvintes mudassem de estação se demorasse muito pra voltar ao jogo", diz o jornalista André Ribeiro, autor de Os Donos do Espetáculo - A História da Imprensa Esportiva no Brasil. Hoje, prolongar o grito é quase unanimidade. O que muda é como os narradores gritam "gol": os latinos falam "gol" mesmo; em inglês, se escreve goal, mas o grito soa igual ao nosso; os portugueses falam "golo" e os alemães, "tor". :-)
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