1- Aumento da popularidade do presidente americano Barack Obama
Americanos celebram o anúncio da morte de Bin Laden na Times Square (Foto: Getty Images)
Depois de toda a empolgação com a vitória de Barack Obama nas eleições presidenciais de 2008, o povo americano estava ficando desanimado de novo e a popularidade do presidente andava em baixa. O país enfrenta uma crise financeira e o governo não tem conseguido resultados na luta contra o desemprego. “Obama ainda enfrenta forte objeção no congresso pelos republicanos, que estão crescendo e ficando mais poderosos”, explica Gilberto Marone, professor de História do curso Anglo. Essa situação exigia uma vitória que empolgasse os americanos, já que novas eleições se aproximam. Assim, a morte de Bin Laden veio em boa hora. Uma Pesquisa realizada pela Reuters e pelo instituto Ipsos mostrou que já está dando resultado: 39% dos entrevistados disseram que o episódio fez com que passassem a ver o presidente Obama de forma mais positiva e 42% deles estão acreditando mais na sua capacidade de combater o terrorismo. “A morte de Osama passou a imagem de que tudo acabou: a Al Qaeda, o terrorismo, a Guerra no Afeganistão”, diz Marone. Resta saber se esse efeito positivo será duradouro. A professora de Relações Internacionais da Unifesp Cristina Pecequilo acredita que ele tenderá a desaparecer ao longo dias e o povo americano logo voltará a se concentrar nos problemas que ainda precisam ser resolvidos.
2- Fortalecimento de fundamentalistas islâmicos
Se o governo americano sai de fortalecido de um lado, a morte de Bin Laden pode também fortalecer o outro extremo: os fundamentalistas islâmicos. Afinal, para eles o terrorista morreu como mártir agredido pelo imperialismo americano lutando pela causa de Alá. É a forma como todo fundamentalista numa guerra santa deseja morrer e, segundo sua crença, resulta na passagem direta para o paraíso. “Isso pode trazer como consequência o fortalecimento de organizações islâmicas fundamentalistas como a Irmandade Muçulmana que, num processo democrático, podem obter vitórias em estados onde ditadores – antigos aliados dos EUA e Europa – estão sendo derrubados”, completa o professor Marone.
3- Protestos de muçulmanos em países onde são minoria
A morte de Bin Laden pode provocar reações contra o imperialismo ocidental por parte de imigrantes e descendentes de muçulmanos que sofrem com a discriminação e o desemprego em países ocidentais como Itália, França e Inglaterra, acredita o professor Marone. Ele acha que podem ocorrer agitações de separatistas muçulmanos da Caxemira e também na China, onde existe uma minoria étnica muçulmana uigur no oeste que se diz discriminada econômica e politicamente.
4- A Al Qaeda fica furiosa
Nada de achar que a morte do fundador da Al Qaeda irá enfraquecê-la. Até porque Bin Laden já nem ocupava mais a posição de principal líder na prática. “A Al Qaeda já é uma organização mutante, com outros líderes e outras células mais ativas, e continuará assim. Ela nunca irá se desmantelar porque não se centralizava no Bin Laden”, diz a professora Cristina. Tanto é que os serviços de segurança pelo mundo estão em alerta contra eventuais ataques em represália.
5- O novo terrorista mais procurado pelo FBI
O posto de terrorista que vale a maior recompensa pelo FBI agora é do egípcio Ayman al-Zawahiri, braço-direito de Bin Laden e provável novo líder da Al Qaeda. Informações que levem à sua captura valem US$ 25 milhões, mesmo valor que estava sendo oferecido pela cabeça de Bin Laden. Para os outros da lista, o prêmio não passa de US$ 5 milhões.
6- E a América Latina?
Segundo especialistas, a morte de Bin Laden não deve trazer grandes consequências para a América Latina. “Apesar de os Estados Unidos indicarem que haveria células terroristas na Argentina, Brasil e Paraguai, a região passa por período muito mais pacifico que o resto do mundo e não deve ser afetada por esse acontecimento”, afirma a professora Cristina. Pode relaxar aí, pessoal.
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